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A pandemia tem trazido quase que diariamente novas lições, sobretudo para os que querem aprender. O novo aprendizado nasce de um maior conhecimento interno que proporciona a descoberta de novos encantos da vida, que começaram a vir à tona no isolamento e estão nos mostrando novos caminhos. Eles trabalham outras aptidões nossas que estavam adormecidas e que hoje nos ajudam a superar inclusive a grave crise econômica, que ainda vai nos afetar mais. Descobrimos que sabemos fazer uma série de outras atividades e que são muito mais prazerosas e nos ajudam a ser mais felizes.

Um dos itens que deverá mudar é a jornada de trabalho. Não é o número de horas que as pessoas permanecem nas empresas que define a produtividade e a qualidade do trabalho. Fora, que teremos que evitar ainda durante algum tempo aglomerações em transportes públicos, que já voltaram a acontecer. O conceito deverá ser de delegar atividades em horários distintos para fazer fluir os deslocamentos. E reduzir a quantidade de horas e fazer com que as pessoas consigam trabalhar sem pressão, respeitando o tempo de cada um. E preciso sobretudo aprender a falar com os colaboradores ,com serenidade e gentileza para fazer do ambiente de trabalho algo respirável e que nos encante. O trabalho não pode ser uma obrigação, precisa nos encantar e para tal as chefias precisam ser treinadas para gerir equipes com amor e inspiração. E, sobretudo respeito pelo próximo, lembrando que qualquer atividade é fundamental se desenvolvida num contexto de conjunto.

O home Office, que passou a ser uma solução para muitos precisa ser melhor regulamentado. Ninguém pode trabalhar ou ficar à disposição 24 horas. Temos nossas famílias, nossos afazeres hoje bem maiores que devem ser respeitados. Não podemos achar que a qualquer momento do dia podemos fazer solicitações. Temos que criar limitações com horários e fundamentos do que é ou não nosso trabalho.

O turismo vai devagar buscando novos rumos, para sua sobrevivência. A utilização dos canais digitais passou a ser uma das poucas saídas para tentarmos manter nossas empresas vivas. Ocorre que ainda existe um contingente que desconhece o papel das redes sociais como instaram e facebook, a construção de sites, o impulsionamento de publicações e a segmentação de mercado. Assim, é o momento de treinar nossos colaboradores com paciência e a arte de mostrar a cada um deles não só como utilizar novas ferramentas, mas como cada uma delas pode ajudar no incremento das vendas e na consultoria on line que pode ser dada, por exemplo, por agentes de viagens, hoteleiros e organizadores de eventos nas diversas atividades que desempenham. Não é apenas implantar novas tecnologias, pois se desconhecidas ou não entendidas não terão serventia.

Por outro lado, os protocolos de segurança tanto para o turista, como para o prestador de serviço merecem programas de qualificação, pois os consumidores vão buscar muitas informações a respeito. Aqueles que têm consciência coletiva e que seguem as noticiam das providencias que o mundo vem tomando, terão que ser muito bem esclarecidos e sabemos que hoje fronteiras estão sendo fechadas para o Brasil pelo significativo aumento de casos, embora tenhamos também muitas recuperações. O Turismo receptivo será o mais afetado, pois as pessoas mundo a fora vem confusão e falta de coordenação muitas vezes nas tomadas de decisões.

O novo modelo que ainda vai ser aperfeiçoado terá um modus perandi bem diferente do que vimos até agora e estará sujeito a mudanças continuas para aperfeiçoamento e busca de soluções rápidas. Flexibilidade é e será a palavra chave da nova gestão administrativa e busca de recolocação para um grande contingente que perdeu seus empregos no turismo. A nova forma de administrar vai depender de cada um de nós em formar um novo conceito de harmonia e felicidade nos ambientes de trabalho.

 

Bayard Do Coutto Boiteux é professor universitário, cidadão do mundo, escritor e trabalha voluntariamente no Instituto Preservale e na Associação dos Embaixadores de Turismo do RJ.