Meses após enviar ao Congresso dos Estados Unidos uma proposta que incluía vários princípios para a reforma migratória, o presidente Donald Trump deu início à negociação para um projeto em duas etapas. A definição, que visa resolver a situação dos milhões de imigrantes ilegais no país, tratará também da destinação de recursos para a construção de um muro na fronteira estadunidense com o México.
Conforme divulgado pela Agência Efe, Trump defendeu as duas fases do projeto, sendo que a primeira lei inclui suas principais prioridades de campanha – inclusive o muro de fronteira -, enquanto a segunda, mais ampla, visa trazer solução a outros problemas do sistema migratório nos EUA.
“Aprovaremos a primeira [fase] e depois entraremos com a integral no dia seguinte. Eu assumo a [carga] política, não me importa”, afirmou Trump ao ser questionado sobre a possibilidade de conceder cidadania americana a todos os 11 milhões de indivíduos que vivem ilegalmente no país. Mesmo assim, não ficou clara a posição do presidente quanto à medida drástica posicionada pelo senador republicano Lindsey Graham.
A reforma
Em entrevista coletiva realizada na tarde de terça-feira (9), a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, revelou que a reunião resultou em um acordo para negociar a reforma migratória. Ou seja, apenas a primeira faze do projeto. Dentro dele estão a substituição do Programa de Ação Diferida para os Chegados na Infância (Daca), novas medidas de segurança na fronteira, combate à migração em cadeia e o fim da chamada “loteria de vistos”.
Projeto implantado por Barack Obama em 2012, o Daca assegurava que jovens que chegaram aos Estados Unidos ainda no período infantil não fossem deportados. Em setembro de 2017, porém, Trump deu fim à medida que protegia os chamados “sonhadores”. Agora, a oposição democrata corre para aprovar uma lei que proteja essas pessoas, fato que pode ganhar um capítulo final já em 19 de janeiro, em uma nova reunião.
Para aprovar uma nova medida que assegure a segurança imigratória dos “sonhadores”, Trump exige uma série de compensações, entre elas o muro de fronteira com o México e o fim da “loteria de vistos”, que beneficia indivíduos de países com baixa taxa de imigrantes em território norte-americano. Os democratas, por sua vez, veem como inaceitável a construção do muro, o que dificulta as negociações.
Fonte: Agência Brasil
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