O desafio de conhecer um novo destino turístico se assemelha muito às dificuldades enfrentadas no dia a dia do mercado de trabalho. Quem viaja sabe que, mesmo com planejamento, tudo pode mudar de repente – de modo que é preciso lidar com imprevistos e culturas diferentes. Não por acaso, viajantes frequentes passaram a ser valorizados nos processos seletivos de empresas. Os turistas passaram a ser vistos como pessoas abertas a inovações e adaptáveis a mudanças, além de mais acessíveis à prática de um segundo idioma, um diferencial em empresas que lidam com clientes ou fornecedores estrangeiros.
“A gente observa nas dinâmicas de grupo que os candidatos com hábito de viajar têm mais jogo de cintura e se comunicam melhor. Além disso, eles costumam ser mais flexíveis e se estressam menos com os problemas”, diz a mestre em psicologia e especialista em recursos Humanos Rita Brum. Entre as habilidades buscadas pelos recrutadores, muitas podem ser desenvolvidas durante uma viagem.
O administrador de dados Luiz Carlos Herculano, de 23 anos, deixou o emprego em Brasília para fazer um intercâmbio social de quatro meses. Quando voltou, passou por um novo processo seletivo e foi recontratado pela empresa onde trabalhava. “Voltei mais seguro e com capacidade de me comunicar melhor”, diz. “Também lidei com pessoas de diferentes culturas e habilidades complementares, o que me ajudou a aprimorar a capacidade de trabalho em equipe. Creio que tudo isso foi valorizado e reconhecido pela minha empresa e, por isso, fui recontratado”,disse Luiz.