O Parque das Aves será é o primeiro zoológico no mundo a expor o mutum-de-alagoas (Pauxi mitu), ave extinta da natureza desde a década de 1970. O novo espaço vai ser chamado de “Como salvamos espécies” e será inaugurado hoje (29) em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.
O lugar trará diversas informações sobre como o Parque trabalha para evitar o desaparecimento de espécies, entre elas o mutum-de-alagoas. O visitante tem a oportunidade única de conhecer bem de perto a espécie, além de aprender mais sobre as razões que levaram à sua extinção e o que elas podem fazer para que outros animais não cheguem nessa situação.
“Permitir a proximidade desta ave com os visitantes facilita o entendimento da importância da espécie para o ambiente em que vivemos. É essencial trazer isso para a nossa realidade, pois assim entendemos o impacto que causamos no meio ambiente e o que podemos fazer para viver num mundo melhor para todos”, comenta Paloma Bosso, diretora técnica do Parque das Aves.
“Apresentar nossas atuações em conservação com atividades de educação ambiental para nossos visitantes consolida nosso trabalho como um centro de conservação”, complementa Bosso.
Espécie rara
O Mutum-de-alagoas é um dos 11 animais extintos na natureza no Brasil, por isso mesmo trabalho de reprodução, conservação e educação ambiental é fundamental. Como participante do Programa de Cativeiro do Mutum-de-alagoas, o Parque das Aves recebeu, em junho de 2015, 10 casais da ave, vindos do criadouro CRAX, em Minas Gerais. Desde então já nasceram mais de 20 filhotes no Parque, aumentando em 10% a população mundial da ave. Atualmente, a espécie depende da reprodução sob cuidados humanos para que isso aconteça, pois só existiam três desses animais quando as ações de conservação foram iniciadas.
“A retirada das aves da natureza no final da década de 1970 por Pedro Nardelli foi decisivo para que a espécie fosse salva, além do trabalho do criadouro CRAX estabelecendo as primeiras populações ex situ”, comenta Carmel Croukamp, diretora-geral do Parque das Aves.
“Dentro do novo foco do Parque na conservação de aves da Mata Atlântica, muitas ações e parcerias com diversas instituições estão sendo desenvolvidas, pois 119 espécies de aves desse bioma dependem de muito trabalho sério para não desaparecerem completamente”, ela finaliza.
Um dos motivos para o mutum-de-alagoas estar extinto na natureza é a intensa caça predatória, mas a maior razão é a perda de habitat. A espécie era apenas encontrada em uma pequena faixa de Mata Atlântica no estado de Alagoas, mas esse bioma também está em risco de extinção, com apenas 8,5% de seu antigo território preservado, segundo o SOS Mata Atlântica.
“Como 72% da população brasileira vive na Mata Atlântica, e o Parque das Aves recebe mais de 800 mil visitantes por ano, temos a possibilidade de inspirar muitas pessoas a efetuar pequenas mudanças que podem fazer uma diferença direta na vida de muitos animais e espécies de plantas”, diz Carmel.
O Parque das Aves, um centro de conservação da Mata Atlântica e o segundo atrativo turístico mais visitado de Foz, recebeu em 2017 mais de 820 mil visitantes.
Valor: Gratuito o visitante paga apenas o ingresso do Parque (R$ 45,00 por pessoa ou R$ 10,00 para moradores de Foz do Iguaçu e municípios lindeiros)
Para maiores informações: www.parquedasaves.com.br
Fotos: Christian Rizzi