Escondidas em becos ou praças de subúrbios de grandes cidades do país, os viajantes estão descobrindo verdadeiras galerias de arte. De olho nessas obras de arte a céu aberto, guias de turismo e empresas especializadas passaram a oferecer roteiros exclusivos para apreciação do patrimônio público urbano.
Entre prédios, concreto e automóveis, o visitante de São Paulo se depara com intervenções urbanas de artistas famosos como Eduardo Kobra e Osgemeos. Em 2012, a São Paulo Turismo elaborou um guia com as 25 principais atrações de grafite da cidade na época. Devido à rotina dinâmica da cidade, alguns foram apagados, outros renovados e novos grafites surgem a cada dia. Um dos principais pontos de apreciação é a alça de acesso ao Viaduto Jaceguai (Ligação Leste-Oeste). Outro ponto bastante visitado é o Beco do Batman. Localizado nas ruas Gonçalo Afonso e Medeiros Albuquerque é considerado um dos pontos de grafite mais famosos de São Paulo.
A prefeitura de São Paulo tem incentivado atividades de grupos e coletivos voltados a esse tipo de arte para que os artistas se apropriem da cidade. Uma ação recente aconteceu na Av. 23 de Maio, uma das mais movimentadas da metrópole. Trata-se de um mural de grafite – o maior da América Latina – que reuniu mais de 200 artistas em 15 mil metros quadrados de 70 muros da avenida.
Outra capital que oferece visitas guiadas para apreciar a arte urbana é Brasília. De acordo com a diretora de uma das agências responsáveis pelo passeio, Patrícia Herzog, atrativos genuínos como a arte podem impulsionar a economia. “Brasília nasceu para ser o centro de experimentação das artes e detém o acervo de um dos grandes artistas de arte urbana: Athos Bulcão. Sua arte nos mostra como é bom conviver com a arte em lugares comuns, simples e corriqueiros da cidade”, diz. No passeio de Brasília os turistas conhecem o personagem Gurulino, criado pelo artista Pedro Sangeon – que é também o guia da experiência – e estampa diversas paredes ao longo do passeio.
Em Curitiba, uma agência de viagem oferece um passeio de bicicleta para apreciar obras feitas em muros de concreto e fachadas de prédio de artistas como Poty Lazarotto e Michel Devis. Um dos destaques do roteiro é um muro com mais de 300 metros de comprimento que sediou duas edições do festival internacional de grafite. Próximo ao muro, há um viaduto cujos mais de 20 pilares foram pintados em 2014, durante a Copa do Mundo, por 35 artistas paranaenses.