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Há muito tempo a humanidade clama por uma regeneração coletiva em todos os âmbitos: social, político, econômico, ambiental, emocional e espiritual – e busca formas
de promover uma transformação seguindo caminhos já percorridos como reformas governamentais, programas de sustentabilidade, contenção da violência, combate à fome, crescimento econômico, entre outros.

Porém, a representatividade de cada país, região ou comunidade tem suas próprias dores, anseios, história, cultura, predicados e dons – que lhes tornam únicos e especiais diante de um todo chamado “mundo”.

Como globalizar o que é específico? Como instituir ferramentas de mudanças padronizadas que sejam adequadas ao único? Existe algo que una e atenda a todas essas variáveis promovendo o crescimento socioeconômico e o despertar de consciência ao mesmo tempo?

Temos uma chance e, talvez, seja a última da nossa geração de deixar um legado que vá além da riqueza material, mas que perpetue a essência de cada indivíduo e coletivo, que respeite suas tradições, sentimentos e desenvolva o espírito humanitário que existe em cada um de nós.

Ao pensar em práticas que promovam tudo isso e consigam alcançar objetivos de desenvolvimento sustentável (social, político, econômico, ambiental, emocional e espiritual), é fácil identificar percebendo o que existe ao nosso redor. Há muito o que ser oferecido quando reconhecemos onde estamos e a atividade turística é, indiscutivelmente, uma facilitadora da regeneração que tanto se deseja.

O Turismo, por si só, é o respeito ao lugar. É saber o que há de melhor a ser oferecido. É dar valor ao que foi construído ao longo dos séculos, manter sua essência, cuidar dela  e compartilhá-la. É oferecer estrutura para a visitação, acolher quem chega, zelar pelo que existe, oferecer opções e educar – para que o nativo seja acolhedor e o turista merecedor.

Porém, não basta olhar ao redor, identificar oportunidades e criar equipamentos. Mais do que nunca é preciso perceber o que há por dentro. A implantação do Turismo e seu consequente desenvolvimento passarão pela capacidade individual do “sentir”, do “intuir”, do “respeitar” e do “compartilhar” com o objetivo de beneficiar o coletivo, destacando a gentileza como ferramenta de autogestão (gerenciar a si próprio) e da gestão dos recursos naturais e urbanos de cada sítio.

Turismo e gentileza andam de mãos dadas, são coirmãos. Por exemplo: como desejar conhecer uma cidade onde as mulheres são proibidas de sair das suas casas após as 18h para que não sejam consideradas facilitadoras em casos de estupro?

É legal investir numa viagem para um país que subestima o meio ambiente natural local permitindo a contaminação dos rios e desmatamento?

Você ficaria satisfeito em se hospedar num hotel onde os funcionários são tratados de forma desumana?

Temos a oportunidade de fazer diferente. A retomada da atividade turística já está acontecendo dentro do individual para o benefício de todos. Essa é a chance que temos, agora, de reformar nossa casa para acolher a quem deseja fazer parte da família. Minha pousada é sua pousada. Minha praia é sua praia. Minha cidade é sua cidade. O que há de melhor em mim, divido contigo. Esse é o Turismo de um futuro bem próximo: a
gentileza que habita em mim recebe a gentileza que existe em você.

Luiz Gabriel Tiago (Sr. Gentileza)
Turismólogo, escritor, palestrante e fundador da
Rede Mundial de Gentileza Pontinho de Luz.