A ideia surgiu do relacionamento à distância do engenheiro de software Eduardo Ibrahim, que namorava uma garota de Ribeirão Preto e precisava voar com frequência. Cansado de arcar com valores absurdos, o também mestre em finanças decidiu estudar o modelo das companhias e entender por que, mesmo com todos os esforços promocionais, os aviões continuam decolando com espaços vazios. “Acabei me deparando com estratégias de proteção de preços utilizadas há mais de 50 anos, que não consideram a dinâmica do usuário atual. Isso gera prejuízos para as companhias e menos viagens para o consumidor”, afirma o empreendedor.
Ao acessar o site da Trafega, o usuário insere os dados da viagem (origem, destino e datas de ida e volta) e informa o valor que deseja pagar pelas passagens. A partir disso, o sistema calcula as chances de ele viajar de acordo com o limite estipulado e também sugere as oportunidades para compra imediata. “Caso o viajante não encontre o que precisa, a inteligência artificial auxilia-o a encontrar um valor que atenda às expectativas. Vale lembrar que a plataforma garante o mesmo preço do site da companhia ou menor”, diz Ibrahim.
Desenvolvido com base na união entre inteligência artificial e economia comportamental, o sistema ultrapassa os conceitos tradicionais de marketing sobre comportamento do consumidor. São consideradas variáveis como percepção de valor, para oferecer às companhias técnicas capazes de preencher os espaços vazios em aviões, sem comprometer a proteção de preços. Dessa forma, as empresas têm maior faturamento e podem oferecer melhores serviços e valores aos passageiros.
“Estamos no momento perfeito para utilizar ferramentas de IA e machine learning junto à economia comportamental, teoria desenvolvida pelo vencedor do Prêmio Nobel de Economia, Daniel Kahneman. Esse é um assunto quente no Vale do Silício e o mercado aéreo é forte candidato para sair na frente”, comenta Ibrahim.