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Luxo


 

O cuidado entre as autoridades egípcias para não especular sobre as causas da queda do avião russo antes que as investigações sejam concluídas não aliviou a tensão entre as empresas de turismo do país. Se a hipótese de bomba for comprovada, poderia causar um grande impacto no setor, já afetado por anos de instabilidade política. Na esperança de atrair visitantes, o Egito abriu ontem pela primeira vez ao público três túmulos na antiga cidade de Luxor.

— É muito triste o que aconteceu, mas temos que esperar o resultado da investigação — disse o ministro de Antiguidades, Mamdouh Eldamaty, antes de descer para um dos túmulos recém-abertos.

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Após a possibilidade de um ataque terrorista ser levantada pelo Reino Unido, várias companhias aéreas cancelaram ou suspenderam voos para o balneário egípcio de Sharm el-Sheikh — lugar de onde partiu o Airbus da companhia Metrojet antes de cair na Península do Sinai, matando todas as 224 pessoas a bordo.

Cerca de 900 mil britânicos visitam o Egito a cada ano, sendo Sharm el-Sheikh um destino favorito para visitantes que buscam sol e praia. O turismo vinha resistindo no balneário, mesmo com a expansão das atividades do braço egípcio do Estado Islâmico — o grupo Província do Sinai — na região e com um histórico recente de atentados. O balneário, na ponta Sul da península, foi alvo de ataques entre 2004 e 2006. Em 2005, cerca de 70 turistas foram mortos em atentados com carro-bomba.

Muitos turistas já evitavam o país desde a revolta que levou à deposição de Hosni Mubarak, em 2011, seguida de caos, violência e turbulência política. Cerca de dez milhões de turistas visitaram o país em 2014 — número muito inferior aos 15 milhões registrados em 2010, quando a atividade representava 12% do PIB.

O desastre aéreo se soma a uma série de tragédias que ocorreram ao longo do ano. Em setembro, oito turistas mexicanos foram mortos por engano no deserto no Oeste do país durante um bombardeio aéreo do Exército egípcio que perseguia jihadistas.